O pai do Quim foi militar. Lutou pela independência de Angola. Ajudou a libertar Angola do jugo do colonialismo. No seguimento do dia 10, viveu o terror de não saber do paradeiro do seu filho, e pior, de o ver chegar a casa depois ensanguentado, torturado, e espancado por ter participado numa manifestação, salvaguardada pela Lei vigente no país.
O regime agora tortura os netos daqueles que lutaram para a independência do seu país.
O pai do Quim bem lembra que no tempo do colonialismo, a luta pela independência começou com manifestações, que nem eram pacíficas. Oiçam o desabafo de um homem que se sente injustiçado, defraudado mesmo, pelo rumo que as coisas levaram. Oiçam a sua angustia e o seu sentimento de traição. Não foi por isto que ele lutou.
Vivo no Puto mas sou e serei sempre angolana do coração, da alma, da carne (que envelheceu…). Procuro daqui acompanhar o que se passa na minha terra, com os meus patrícios, pese embora a tristeza que tudo me causa. Não desistam, por mim também, desculpem o egoísmo – é que não queria partir sem ver a esperança florir…
Um abraço
Ju
Faço votos para que José Eduardo dos Santos viva os anos suficientes para responder pelos crimes que se estão cometendo, em Angola, contra os jovens em especial e contra o povo em geral, que vive na miséria, enquanto alguns ostentam uma riqueza que não foi ganha com o seu trabalho, mas com o suor do rosto de muitos e muitos outros.