No dia 31 de Janeiro chegava ao seu término a “Semana Social” organizada pela Mosaiko, ONG angolana promotora dos direitos humanos. Recheada de preletores interessantes e sérios, pensadores sociais com ideias próprias e sem receios de os exporem (salve Pio Wacussanga, salve Reginaldo Silva, salve LuÃsa Rogério), mas também “dirigentes” do mais alto escalão para tratar de temas relacionados com os respetivos pelouros.
Um comportamento que se tornou rotineiro entre os nossos dirigentes é a indelicadeza (eufemismo) de, depois de acederem ao convite e terem o seu nome colocado no programa, simplesmente não aparecerem ou mandarem alguém em seu lugar.
No programa dessa semana estavam como preletores a Ministra do Comércio, Rosa Pacavira com o tema “Combate à pobreza e à s assimetrias em Angola” e o Ministro da Educação, Pinda Simão e ambos se escusaram em fazer-se presentes.
A desculpa eterna quando mudam de ideias e resolvem que, afinal de contas, não irão comparecer num evento em que estarão sujeitos à questões vindas do público – sobretudo se essas questões não puderem ser programadas e previamente preparadas pelas empertigadas e mui importantes figuras do nosso elenco (des)governativo – é que, à última da hora, não conseguiram desvincular-se dos seus compromissos profissionais.
É, são muito ocupados estes meros auxiliares do titular do Poder Executivo, estes sapupos cuja única competência é exarar “decretos executivos e despachos”, não conseguem honrar os compromissos assumidos?
Rosa Pacavira não se deu ao trabalho de esboçar uma tese de doutoramento em torno da sua ausência, mas, desta vez, o Ministro Pinda superou-se e, tentando ser original, inventou outro pretexto, tendo-lhe no entanto a emenda saÃdo pior que o soneto.
Confiando a missão da preleção ao senhor Joaquim Cabral Felizardo, alegou que a sua agenda colidia com a abertura do ano lectivo 2015, por sinal fora de Luanda. Para seu infortunio, ele foi visto por um professor na FILDA onde teve lugar uma reunião… do MPLA! Acrescenta ainda o professor que o ano letivo teria inÃcio apenas no dia 2 de Fevereiro, três dias depois da data da sua apresentação. Não conseguimos conceber que uma pessoa com responsabilidades no paÃs, ainda que limitada à exaração de decretos, tenha uma postura de inenarrável infantilidade ao mentir com assuntos que são do domÃnio público para encobrir a sua desfaçatez.
E estes são os lÃderes exemplares que nos sairam na rifa. Como se diz na gÃria: “estamos feitos ao bife” e bem mal passado por sinal.
Boba kana muthu wzela!(tradução AQUI É PROIBIDO FALAR) Prof António Alberto Neto Date: Tue, 17 Feb 2015 18:45:46 +0000 To: alberto_neto_1943@hotmail.com