A primeira sessão do julgamento de Rafael Marques decorreu no dia 24 de Março.
Na sala onde decorreu o julgamento tudo se passou de assaz ordeira e pacífica, tendo sido o único ato de protesto o segurar alto de uma cópia do livro Diamantes de Sangue por parte de alguns dos ativistas na sala.
Depois do juíz dirimir que o julgamento iria continua à porta fechada, a solidariedade no exterior subiu de um tom e, já no exterior do tribunal, os ativistas começaram a entoar pedidos de inversão de culpa, vociferando “Prendam o Kopelipa, libertem Rafael”.
Cinco acabaram detidos por um período de 7 horas e a Rosa Conde ficou magoada num braço, torcido pelo Comandante Kiala (sempre ele), comandante da esquadra da Ilha de Luanda, que deu passe livre aos seus subordinados para bater, dizendo que ele assumiria as culpas depois.
Segundo um dos ativistas no terreno, alguns polícias recusaram-se a tomar parte de qualquer agressão, mesmo quando sacudidos pelo Kiala, virando-se para o outro lado num gesto de rara coragem de desafio à(o abuso de) autoridade.
Gostaríamos de saber os nomes desses agentes para nos assegurarmos que não foram depois vítimas injustas da fúria de um comandante que se terá sentido humilhado ao ser desautorizado. De todos os modos, fica aqui o nosso reconhecimento e esperança que isso seja algum indicativo das coisas finalmente estarem a mudar.