
Moradores do Bairro Golfe, Lobito
Esta é a segunda parte da reportagem que diz respeito ao litígio que opõe a comunidade do Bº do Golfe à Administração do Lobito. As autoridades tradicionais confirmam serem estas terras pertenças dos populares que ora as reclamam, mas a mão pesada do Estado quer impor-se sobre a própria lei.
Na crença de que estariam a ser ajudados por um cidadão que se apresentava como influente, foram se deixando ludibriar e extorquir ao longo de anos até que, surpresa, descobriram que as terras já não lhes pertenciam, pelo menos no papel.
Nesta peça vamos ver como o Administrador atual, senhor Alberto Ngongo, tem estado a favorecer uma funcionária, Nádia Furtado (familiar de gente “muito importante” no país), em detrimento do direito consuetudinário que auferem estes pobres cidadãos.
O nome do antigo Governador, General Armando da Cruz Neto, é citado como sendo o doador dessa parcela de terreno, tendo à posteriori o Tribunal Provincial de Benguela, em completo arrepio da lei, confirmado a legalidade dessa cedência à cidadã supracitada.
Esta é uma história de resistência, de tenacidade, de coragem. É uma história comovente e inspiradora, que nos lembra que não devemos jamais aceitar a submissão à injustiça e devemos sempre solidarizar-nos com as suas vítimas.
“Prá frente é o caminho” sentenciou a corajosa Dona Constância. Nisso temos fé.