
Bento Paixão, uma das muitas vítimas da violência no Bairro da Cerâmica
Uma sequência de denúncias de populares sobre o crescendo da insegurança pública no bairro da Cerâmica, município de Cacuaco, fez com que nos deslocássemos até lá.
A maior parte dos moradores repete-nos o mesmo discurso que dá conta de um cenário tenebroso: violações, assaltos à mão armada, disparos com arma de fogo, arrombamentos e extorsão.
Entre as principais vítimas além de populares comuns, está o coordenador do bairro Cerâmica o senhor João António que há duas semanas atrás encontrava-se hospitalizado fruto do disparo que lhe atingiu a perna esquerda, ao ser assaltada a sua cantina.
Na entrevista telefónica que mantivemos com o coordenador, considera com preocupação haver jovens do próprio bairro, conhecidos inclusive, envolvidos no crime. Entretanto, descarta as afirmações avançadas por outros populares por nós entrevistados que os atuais criminosos sejam aqueles que foram beneficiados com a nova lei da amnistia.
O coordenador garantiu-nos que a polícia existe na localidade. No entanto, alguns moradores afirmam que “está mais preocupada com a extorsão à veículos do que a velar pela segurança dos populares.”
O comandante de Divisão foi contactado. Sem gravar entrevista prometeu dar cobro a situação e destacar efectivos na zona. Não há sistema de iluminação pública, ainda não existe uma esquadra ou posto policial na zona. A luz falha com muita regularidade. Tudo isso tem facilitado a acção dos homens do crime.
Cacuaco tem feito manchetes pelos piores motivos, passando a ideia de ser o município mais perigoso para se viver atualmente em Luanda.
Os populares clamam por acção por parte da polícia “queremos nos sentir seguros e protegidos.”